28/04/09

escrever aqui já não faz sentido. pelo menos por agora. não quero que isto se transforme num sítio negro, cheio de lamentos e infelicidades por isso prefiro ausentar-me. quando tudo estiver mais claro e feliz em mim (e se tiver vontade disso), tornarei a deixar por aqui palavras.
até lá, fico-me pelo silêncio. e pelas insónias.

27/04/09

e como hoje. e como amanhã. e como depois de amanhã. e como todos os dias...

induzam-me uma amnésia. induzam-me um coma.

24/04/09

já não consigo fazer sentido neste mundo estupidamente pequeno.
os lugares são sempre os mesmos e as memórias presas a eles não me largam. vivo os dias a tentar esquecer e não lembrar, com música nos ouvidos para me anestesiar e passo apressado. tento correr para que o passado não me apanhe e para que o futuro chegue mais rápido - mas é tudo em vão, estou presa neste limbo sufocante chamado presente e não consigo ver uma saída.
além de estar a ser o pior ano que já tive, está a ser o mais desafiante: passo os segundos a dar provas a mim mesma de que sou forte e de que vou resistir a tudo. mas há dias em que a única coisa que sinto é um misto de tristeza, vazio e solidão. como hoje.

i lost myself
i lost myself
i lost myself

23/04/09

encerrei(-me) para férias.

22/04/09


and we watched the plumes paint the sky gray
but she laughed and danced through the field of graves

and there I knew it would be alright

that everything would be alright

21/04/09

gostava de voltar a ver o primeiro idiota por quem me apaixonei (julgo eu aos 5 anos) para lhe gritar:

"A C U L P A É T U A!"

estava tão bem sem saber o que era o amor, porque é que apareceu alguém e estragou tudo? malditas crianças que dão beijos na boca rápidos e envergonhados quando acham que ninguém vê. não nos podíamos ter limitado a jogar à apanhada?
se tivesse um aneurisma prestes a rebentar, não me doía tanto a cabeça.
se tivesse tido um exame de física quântica, não me tinha corrido tão mal como o que fiz hoje.
se tivesse ficado de repente pobre, obesa e careca não me sentia tão estranha em mim própria como me sinto neste momento.

preciso de ir à máquina de lavar.
(ou se calhar preciso só de fugir)

18/04/09


Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos


lindo, simplesmente lindo. dançar isto no meio de melhores amigos, de olhos fechados e com o coração aberto, a sentir o Variações como só eu sei e entendo. fui "um corpo de prazer".

16/04/09

quero de volta o pulso e a alegria de escutar uma palavra solta
at least we were together
holding hands
flying through the sky

fotografia by indiae

15/04/09

I cried, I cried
Tears of joy, tears of pain
I cried, I cried
Tears of love again and again
lamb
só queria que tudo fizesse sentido. que o meu coração não gritasse por ti noite e dia, num barulho tão ensurdecedor que já nem eu aguento. que os meus olhos não te procurassem em todas as esquinas e em todos os segundos.

apenas sobra o frio, o tempo vazio a passar, e eu.
apática, à espera, sem esperança "neste infinito fim que nos alcançou".


Brenda: I think it's all just totally random.
Nate: Really?
Brenda: Yeah. We live, we die, ultimately nothing means anything.
Nate: How can you live like that?
Brenda: I dunno, sometimes I wake up so fucking empty I wish I was never born, but what choice do I have?
six feet under
à noite tudo piora. a cama ganha consciência que agora só alberga um corpo e eu percebo que só me restam silêncios e memórias. vivo numa luta constante entre o que sinto e o que não posso já sentir. além disso, o medo persegue-me. medo de não voltar mais a acreditar, a dar, a Ser.

consola-me o facto de saber que o elliott smith entende tudo isto.

14/04/09

Harry Morgan: No matter how close two people are, an infinite distance separates them.
dexter
dormes na minha insónia como o aroma entre os tendões da madeira fria. és uma faca cravada na minha vida secreta. e como estrelas duplas consanguíneas, luzimos de um para o outro nas trevas.
herberto helder

11/04/09

o cenário é negro. a história perfeita que escrevi perdeu-se entre páginas arrancadas à pressa e portas fechadas talvez cedo demais. a dureza de andar na rua só, além de sozinha, é cruel. até os ossos gelam por me saber tão despedaçada, por me saber tão sem esperança nos outros aliens iguais a mim. sair é a opção, ficar a alternativa - a impassividade o paraíso utópico. quero não ser eu, só para não ter que sentir que posso já não ser tua.

[as luzes e os corpos a moverem-se à velocidade do som hipnótico não fazem sentido. só exclamam mais a minha
solidão no meio do mundo e de mim]

são 6h e 37m e odeio discotecas.

07/04/09

não sei.
o que sou, o que quero ser, como fui.
para onde ir, onde ficar, de onde fugir.

não me sei.

pollock

04/04/09

sem perceber bem como, estou a cair.
outra vez.

e agora é bem mais assustador, porque já sei o que me espera.
(odeio dejà vus.)

02/04/09

será assim tão chocante achar que somos sozinhos? somos sozinhos, estamos sempre sós. caminhamos invariavelmente lado a lado connosco próprios, pensamos para dentro, sorrimos sorrisos que só nós vemos, choramos sem ninguém ao lado. isolamento forçado ou natureza humana? não sei, mas é a (minha) realidade.